domingo, 8 de agosto de 2010

A morte

Não sabemos quando chegou,
Se hoje, se ontem ou mais além,
Só sabemos que gostou,
De te deixar muito aquém.

Veio amarga como o fel,
Demorada, um tormento,
Fez de um homem doce como o mel,
Um farrapo de sofrimento.

Homem de pouca sorte,
Com excepção de um sentimento,
Uma esposa sempre forte,
Para tolerar este tormento.

Mesmo assim não merecias,
Tanta doença traiçoeira,
Pois sempre foste um messias,
De familiares e de gente sem eira nem beira.

A vida foi-te injusta,
É essa a minha opinião,
Espero que a morte, que custa,
Te saia mais de feição.

Foste galã da diva,
Não serás por isso recordado,
Mas enquanto ela foi viva,
Ainda eras lembrado.

Declamaste na rádio,
E também na televisão,
Com palavras de sábio,
No palco causaste sensação.

Tivestes colegas famosos,
Alguns já cá não estão,
Já são só ossos,
E estendem-te agora a mão.

Contentes de te rever,
Alegres por estares ali,
Vão poder reler,
Poesia sem fim.
(Homenagem Póstuma ao Tio R)

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